A dúvida entre gestar ou adotar pode ser comum; o certo é que a diferença entre ambos é apenas uma questão logística, mas que no fim resultam nos mesmos escopos.
Sabemos que a sociedade em que vivemos cobra dos casais e ainda mais das mulheres para que elas tenham um filho, como se gerar uma criança fosse o principal propósito da vida, onde as opções de adoção ou até mesmo a ideia de não querer ter filhos fosse inexistente.
Caso esteja pensando em iniciar uma família, mas sem o desejo de passar por todo o processo de gravidez então a adoção será uma excelente opção; confira no decorrer do artigo alguns dos processos de adoção e também os motivos para que você faça o mesmo.
Adoção de criança
Primeiramente se é necessário citar que a adoção é uma escolha feita em conjunto, a criança que possuir 3 anos ou mas também possui poder de escolha em se deseja ou não se tornar parte da família que a acolheu; esta é definitivamente a maior e grande diferença entre adotar e gestar um filho.
Ao adotar um filho você deverá ter a consciência de que o mesmo se tornará uma prioridade em sua vida, o grande objetivo de uma adoção é fazer com que ela traga um desenvolvimento a criança/adolescente adotado.
O bem do menor será colocado em primeiro lugar garantindo que o mesmo irá usufruir de direitos básicos como: saúde, alimentação, educação, lazer, liberdade, cultura, e todos os artigos presentes na emenda constitucional n°65.
Adoção de criança no Brasil
Segundo dados de 2020 fornecidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil possui cerca de 30.982 crianças e adolescentes acolhidos por institutos ao redor de todo o país e destas 5.154 estão disponíveis para adoção; estima-se que existem cerca de 45.923 famílias cadastradas para o processo de adoção.
Ao contrário do que se pensa, atualmente crianças/adolescentes acima dos 15 anos são as mais adotadas, enquanto as de 3 a 6 anos são as menos acolhidas, confira:
Idade | Número de adoções |
Até 3 anos | 4.435 |
3 a 6 anos | 3.571 |
6 a 9 anos | 3.857 |
9 a 12 anos | 4.561 |
12 a 15 anos | 5.886 |
15 anos ou mais | 8.646 |
Comumente também se é citado a “demora” e “burocracia” como pontos negativos de se buscar pela adoção; entretanto se é necessário entender que a adoção se trata de uma vida, toda a vida e futuro da criança está em jogo durante este processo.
Ademora e a burocracia são de certa forma necessárias para garantir que determinada família realmente possua todas as condições e qualificações para entregar uma vida digna ao órfão.
O que é preciso para adoção de uma criança?
Para estar apto a adotar uma criança no Brasil você precisara possuir mais de 18 anos de idade e ter mais que 16 anos de diferença que a criança/adolescente a ser adotado.
O processo de adoção em si é distinto em cada estado e suas respectivas varas da infância. Segundo o Cadastro Nacional de Adoção para dar entrada no procedimento de adoção você precisará seguir os seguintes tópicos:
- Procure pela Vara da Infância e Juventude em seu município e se atente aos documentos necessários, comumente são eles: RG; CPF; certidão de nascimento/casamento; comprovante residencial; comprovante de rendimento e declaração de sanidade física e mental;
- Com os documentos será necessário fazer uma petição preparado por um defensor público ou de um cartório privado na vara da infância;
- Obrigatoriamente será necessário passar por um curso de preparação para a adoção, o curso possui durações diferentes para cada estado;
- Avaliação psicossocial, onde receberá equipes técnicas em sua residência e passara por entrevistas; é neste momento que você informa o perfil de criança que está a procura, por exemplo;
- Após passar pela avaliação seu pedido de adoção será encaminhado até o ministério público e lá será decidido se possui perfil apto para adoção ou não; caso esteja apto o seu nome/nome do casal será inscrito e terá validade de 2 anos dentro de todo o país;
- Uma vez com o nome inscrito a vara da infância entrará em contato com a família caso encontre uma criança nos perfis citados anteriormente, com interesse ambos serão apresentados. Neste processo a criança poderá visitar a casa da família monitorado pela justiça, a família interessada poderá fazer visitas ao orfanato e dar pequenos passeios; após o processo de reconhecimento entre ambos a criança é entrevistada e questionada se deseja fazer parte da família;
- Caso a criança afirme o interesse em continuar com a família se é dado a guarda provisória, a mesma terá validade até o fim de todo o processo de adoção. Durante a guarda provisória equipes do governo continuam fazendo visitas frequentes a residência e fazendo analises sobre a convivência/adequação da família;
- Com o fim de todo o processo de adoção, o juiz irá conceder o novo registro para a criança, já com o sobrenome da nova família através do cartório de registro civil, por exemplo. A partir de então a criança terá todos os direitos de um filho biológico.
Motivos para adotar um filho
Está decidido a adotar um filho, mas precisa daquele empurrão para acabar com o medo e tomar essa decisão? Siga alguns dos motivos para incentivar a sua escolha.
Você se torna uma espécie de “milagre”: Comumente a história de crianças e adolescentes de orfanatos são feitas de muitas dificuldades, se sentem rejeitados e não merecedores de um amor quando, na verdade, apenas precisam de uma família que a acolha e lhe mostre que todos merecemos felicidade e amor, por que não ser você o responsável a mostrar isso para um jovem?
Uma família adotiva consegue mudar toda a história de uma criança/adolescente, oferecendo acolhimento, amor, carinho e educação você com certeza estará mudando o rumo desta criança;
Inicialmente o convívio com uma criança que antes era órfã pode ser difícil e complicado, mas com paciência e amor você verá que ela apenas precisava de um tempo maior para se entregar a toda sua companhia; mostrando cada vez mais suas características, habilidades e também capacidade de lhe amar;
Não julgue, assim como as pessoas podem julgar sua decisão de adotar, um filho adotivo também não está livre dos julgamentos, uma criança adotada possivelmente já passou por diversas situações e perdas.
Considere toda a sua história e seu processo de vulnerabilidade; como no item anterior, de tempo ao tempo e tudo sairá bem, além de amor, está criança/adolescente precisa também de compreensão entendimento.